quarta-feira, 13 de maio de 2009

Un equivoco sul Fedro di Platone


Ecco la famosa visione negativa sulla scrittura e sulla pittura nello stesso Fedro, coerente con il suo testo, in cui alla scrittura è qualcosa di negativo. I personaggi sono il dio egiziono Teuth/ Toth (dio della giustizia e degli inferi) e il faraone-dio Thamus:




"Questa scienza, o re, disse Theut, renderà gli Egiziani più sapienti e più adatti a ricordare, perchè questo è un rimedio giovevole e alla memoria e alla dottrina. E il re disse: "O artificiosissimo Theut, altri è abile a generare le arti, altri a giudicare qual vantaggio o qual danno può derivare a chi sarà per servirsene. Ed ora tu, come padre delle lettere, nella tua benevolenza per loro hai affermato il contrario di ciò che possono. Esse infatti, col dispensare dall'esercizio della memoria, produrranno l'oblìo nell'anima di coloro che le abbiano apprese, come quelli che, confidando nello scritto, ricorderanno per via di questi segni esteriori, non da sè, per un loro sforzo interiore. Tu dunque hai trovato un rimedio giovevole non già per la memoria, ma per richiamare alla mente. E d'altro lato tu offri ai discenti l'apparenza, non la verità della sapienza, perchè quando essi avranno letto tante cose senz'alcun insegnamento, si crederanno in possesso di molte cognizioni, pure avendo un gran fondo d'ignoranza, e saranno insopportabili nei rapporti sociali, perchè possederanno non la sapienza, ma la presunzione della sapienza." (corsivo mio)




Platone condanna senza appello la scrittura, perché crea un a presunzione, qualcosa che non serve alla memoria. Il brano é interessante, per questo rapporto ambiguo fra oralità e scrittura che caratterizza la tradizione occidentale, e che studiosi quali Ong e Havelock analizzano. Derrida denuncia definitivamente il carattere logocentrico del Fedro di Platone e del brano con la dimostrazione dell´invenzione del re Teuth. Esiste al di là di questi aspetti un elemento decisivo.


Il mito che Platone rappresenta, nella sua opposizione alla scrittura (ai poeti, ai sofisti in quanto avvocati: tutti artigiani o cultori della parola) è prodotto della sua fantasia, non si trova una traccia di una sua presenza precedente nella tradizione della cultura greca.
Andrea Lombardi

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Ética da Leitura de J. Hillis Miller

O título da coletânea de ensaios de J. Hillis Miller, um instigante critico
norteamericano desconstrucionista é cativante. Dos 10 ensaios, vou abordar
somente um aspecto do ensaio cujo título é homônimo. Começo com duas questões,
duas regras de um suposto manual de conduta, que o crítico coloca, fechando seu
ensaio.

1. A obrigação ética primaria do professor de literatura é para com a obra literária. (HILLIS MILLER,Ética da Leitura. Rio de Janeiro: Imago, 1995, p. 85)

Concordamos certamente, pois nosso interesse (de pesquisadores, alunos,
docentes) é com texto, sua materialidade. Os elementos externos: psicológicos, históricos, sociológicos são menos relevantes, não influem na armação do texto. Afinal de contas, já assumimos a contundente crítica ao positivismo, formulada por Walter Benjamin, em suas Teses sobre História. Hillis Miller exclui qualquer
nostalgia de recuperar o "autor" (morto e enterrado há muito tempo) e suas
supostas intenções, que os leitores deveríam detectar.
O aspecto limitativo da formulação de Hillis Miller é, porém, que diminue o alcance da ética unicamente ao momento didático e aos especialistas (o "professor") e, portanto, leva a pensar a uma comunidade de discentes que dele depemdem de forma tradicional . Trata-se de uma concepção da "ética" que sugere um determinado comportamento e, nisso não diverge da concepção da ética tradicional e normativa, que o leitor deverá aplicar, quando for ler os textos.


2. Minha segunda convicção acerca da nova ética da leitura é que sua
obrigaçao primária será e deve ser filológica.
(HILLIS MILLER, Ética da Leitura, p. 85 e 86-7)


A segunda afirmação de Hillis Miller, também deve ser considerada, em princípio, correta:
leitura é relação com texto, ou seja, com o método de análise e leitura do texto
que a filologia (uma definição que soa antiga) e as inúmeras escolas que
privilegiam a materialidade do texto, indicam.
No texto, o autor fala em mais de uma ocasião de boa leitura, algo que não existe na crítica literária mas que - felizmente - recupera uma atitude fundamental, para leitura assim como para muitas outras atividades: trata-se do bom senso.

Hillis Miller fala de uma correta atitude do leitor, de uma boa leitura por parte dele, de como é importante dar continuidade ao ato da leitura.

O perigo, do ponto de vista do autor (e não somente dele!) é a invasão de
informações, imagens, modelos de leitura por meio das novas mídias e o que isso
pode causar de estrago na leitura. Esse perigo verifica-se por ex. nas seguintes
condições, seghundo Miller:

"Se o domínio autônomo da estética é isolado da epistemologia e da ética, se a literatura é primeiramente valorizada como espetáculo, aparência, "sensação" (como sugere a etimologia de "estética"), então essa necessidade humana particular pode ser satisfeita por meios muito mais fáceis, como, por exemplo, pela televisão ou pelo cinema, e sem toda aquela trabalheira de ler e aprender um vocabulário novo." (p. 79)

Uma objeção: em cada época houve uma modificação das condições de leitura. Hoje há uma enormidade de informações, com o duplo efeito de paralizar a operação de leitura (frente à massa tão grande de informações) e de diminuí-la, achatá-la, reduzindo a leitura a uma coletânea de texto, um patchwork, em que
criatividade e originalidade não tem nenhuma função.
A ética de leitura, ao contrário, deve ser considerada um processo hermenêutico em que o leitor se encontra frente a um texto (qualquer texto) e deve assumir submeter-se à interpretação canônica ou rebvelar-se a ela...

Uma recusa da língua

Villa 1
Uma lista de citações de Emilio Villa, talvez o maior poeta em língua italiana que existiu (Emilio Villa. Conferenza. Milão: Coliseum, 1997)


EMILIO VILLA


1 È più bello fare le domande che prendersi le responsabilità delle risposte. Se una risposta non viene a una domanda, bisogna continuare a farsela e tentare in se stessi la risposta, perché aspettarsela dall’esterno è un po’ un segno di pigrizia, di indifferenza, e un po’ un segno di andare oltre ()

2 É mancato il giro [in Italia, per fare i Rothko, i Pollok, scultori e artisti], è mancata la catena che li legasse, è mancato di fare la vera corona dello spirito italiano, che si è invece affievolito. Qui non è successo niente....

3 In generale c’è un rifiuto della lingua che uno ha a disposizione, che è un fatto autobiografico e sembra una lingua imparata (ib. p. 44-5).

3 Molte volte ho in odio [l’italiano]. Non odio, ma rifiuto, un blocco contro l’italiano, che non è la mia lingua.

4 La lingua italiana mi è diventata nemica, un segno di schiavitù.

5 Le lingue si fanno, non sono un regalo che viene dall’alto, si fanno nella vita, nel parlare quotidiano. Anche il pittore parla, il suo gesto è una parola. Anche il segno è un modo di essere, come il parlare.

6 Professori dell’università che si occupano di ciò che è avvenuto, ma nessuno che comunichi in un dialetto dello spirito quello che l’uomo dovrebbe pensare oggi. Pensare è difficile, ma almeno tentare... Niente.

Que viva Villa ! Emilio Villa ou da poesia

Villa 2
Emilio Villa é um poeta complexo. Magmático. Uma encruzilhada entre palavras (retorcidas, embaralhadas, enigmatizadas) e pintura (gravura). Ut pictura poesis: um encontro, após momentos de forte tensão, de duas tradições fortes. A da escrita (escrita de deus, escrita da magia e tda trasnfromação do mundo) e a de uma imagem que, reproduzindo o mundo, compete com sua representação. Manifestando uma natural tendência à referencialidade, desenvolve logo curvas e voltas no ar, para elevar-se a um universo decores e formas, antes somente vislumbrado.

Há um poema, de Villa, que aponta para uma tensão impossível entre culturas e linguagens. Onde impossível é, ao mesmo tempo, eufemismo e antinomia, de uma tarefa comprida. Ele o escreveu no Brasil, na Bahia, chegando para sua jornada de dois anos em São Paulo. Ea dedicou ao seu amigo Flavio Motta.






EMILIO VILLA
MATA-BORRÃO PARA FLAVIO
MOTTA


eu diria l’m encantado, e então
uma nuviosa designação de continentes
involuntarios por jogos
nasais, fundos jogos, acende
ao lonje
entre os anos desperdidos itinerantes
como faiscas de amarguras
abdominais, como bichos de cristal na nuca muda, acende
o
nome mais amado mais miolo mais milagre
e o quem diz: “agora!”e o
quem

cai no corte mítico do mundo, nas luminosas
trovejadas
generações dos nomes: léxico
jejum e fresco come o prado de espinafre de
trevo
no recóncavo, pálidas requisições de ecos
e espirros e réplicas,
anforas anoitecidas
no pulmão gigante, palpitantes gengivas,
cenoiras
africanas, paleoafricanas, protoafricanas, coxas
rasgadas o
abertas, polpas de abóboras
ideais: agora, agora. Nam rectitudo
per se est
phallica, truncada também, devagazinha:

onde uma zigoma torna-se
sigla e sigilo, torna-se
constellação deitada nas escuras polpas sem
nomes
e incha-se então de raiva a fonte das medidas
e das mudançãs, lá,
eu digo, provocar
o poder subhumano da pasmação, do broto
não mortal, o
vôo ocioso, o ganir
chupado, de viboras nas câimbras
das vagas, dos grans,
e veremos lampejar
a alta caça, a esgrima
em voz baixa na caveira, as
balanças de ossos
eschatologicos, agora mismo,

si o sangue da
sombra não é sangue ni sombra,
si o cavalo do cavalo agora é sombra
desmaiada
o sombra brotada na suma sombra ostra, o som
da tromba saca o
celeste descontecer, afrouxa
o orvalho, e o remo corta em dois as cinzas
dos vivos e as cinzas dos sons, como
na páscoa dos continentes cortó o
Brazil e a Angola,
cortó as arvores da ciencia e as arvores da
loucura
peregrinante, cortó o tubarão em dois espelhos
a tromba grande:
não agora.

Bahia, 1951


quarta-feira, 6 de maio de 2009

La citazione, estrema sintesi, quasi un hai kai


Ho sempre pensato che le citazioni risolvono tutto.
A che vale leggere tutto, se una citazione riassume, focalizza, indica e sostituisce?
Due citazioni, di due autori
che non necessariamente
ci possono essere congeniali.
Ma la sottilezza e
l´ironia di una citazione, il suo andare dritto al cuore del problema,
alle volte - se non risolve - può darci un grande aiuto...
Andrea
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Hirokazu Kore-Eda Aruitemo still walking
La citazione è leggera, quasi impercettibile. Questa immagine della farfalla, in un certo senso, la richiama. Legame fra cose diverse,ispirazione e - dasola, senza contesto - illuminazione subitanea, effetto estetico. Esiste una differenza profonda fra testo e immagine. Non c´è dubbio che si possano integrare. é evidente che si tratta di sopravvissuti a una lotta immane. Non si sa ancora chi ha veramente vinto, anche se personalmente sono convinto che la scrittura rappresenmta un modello. Non archetipico, ma mitico.
"Non ci sono libri veramente nostri se non quelli che abbiamo sottolineato, virgolato, crocettato, annotato, ossia scelto. Di quasi tutti quei libri, son quelle frasi o pagine che ci restan nella mente. Tu le hai fatte tue, con quel segno, alle volte ti ricordi persino di quando ce l'hai messo e della emozione."
Giuseppe Prezzolini
I diritti imprescrittibili del lettore
I. Il diritto di non leggere
II. Il diritto di saltare le pagine
III. Il diritto di non finire un libro
IV. Il diritto di rileggere
V. Il diritto di leggere qualsiasi cosa
VI. Il diritto al bovarismo (malattia testualmente contagiosa)
VII. Il diritto di leggere ovunque
VIII. Il diritto di spizzicare
IX. Il diritto di leggere a voce alta
X. Il diritto di tacere
Daniel Pennac
(Come un romanzo)

terça-feira, 5 de maio de 2009

etica della lettura: due approcci opposti

Il percorso per arrivare al tema dell´etica nella lettura è contraddittorio e puó essere frutto di un approccio diametralmente opposto. Una prospettiva irriducibilmente conflittuale. Da un lato c´è una scelta che è personale e, pertanto, potenzialmente arbitraria. Una scelta, però, fondamentale, poiché si lega aalla propria identità e alla propria tradizione (il tutto sempre in movimento): con l´obiettivo di attribuire una logica alla propria storia e al proprio passato (quella parte del passato che è stato incluso nella memoria). In questo senso, pensare all´unicità del mostruoso evento del genocidio della Seconda Guerra Mondiale, non è un fatto obiettivo. Proviene da una prospettiva arbitraria e personale, appunto. Sicuramente esistono molti altri eventi traumatici e mostruosi, genocidi anche di maggiori proporzioni. Quello della Seconda Guerra Mondiale ai danni di oltre sei milioni di ebrei è uno dei tanti e, in un certo senso, forse non uno dei più cruenti, se è possibile pensare a una lista di dimensioni, delle ecatombiu avvenute nel passato più o meno recente. Quello degli indios delle Americhe (i popoli nativi) e quello delle popolazioni dell´Africa, senza dubbio, è di dimensioni ancora più catastrofiche, in un parametro (la catastrofe) che di per sé non ammette gradazioni. Ma nella mia tradizione personale esiste una richiesta di risposta sul genocidio e non posso evitare di dare una risposta. La mia formazione è legata alla riflessione della questione ebraica, prima in forma intuitiva poi più impegnata e infine dislocata su altri temi.
D´altra parte - e questa prospettiva è diametralmente opposta - l´etica della memoria non può non partire da una considerazione sul ruolo della scrittura, per vari motivi:
1. è la scrittura che "traduce" i miti orali in miti scritti (cioè "fermati" su "carta", pietra o pergamino). Dunque è nella scrittura che si devono ricercare le tracce della "traduzione", del passaggio non tanto di un´immagine o di un mito, ma del suo "dislocamento". I quattro principi che Freud usa nell´interpretazione dei sogni, e cioé condensazione, dislocamento, rappresentabilità e elaborazione secondaria o distorsione, quando richiama l´attenzione sulla sostanziale differenza del linguaggio tramite parole (e testo) e il "linguaggio delle immagini dei sogni", in realtà suggerisce un´attenzione ancora maggiore, alla forma di pensiero precedente la scrittura (oralità, legame con il contesto, ricchezza d´immagini) e la forma di pensiero successiva. Certamente, non potremo cercare di "ricostruire" ciò che è stato in precedenza, come la tradizione umana interpretava le cose all´epoca dell´oralità, ma possiamo allenarci a cogliere elementi diversi che in questo processo possono essere andati persi.
2. In questo senso, non possiamo non ammettere che la scrittura ha costituito dei modelli e dei miti poderosi, che si sono codificati per il semplice fatto che la scrittura crea il mito della durabilità (scripta manent). Resta il fatto che la permanenza delle cose scritte è frutto di una supposizione, visto quanto dipendono dall´interpretazione, che è sempre inizialmente orale. Avendo la scrittura questa facilità (cioè il creare nuovi miti e canonizzarli) è logico supporre che i miti (nuovi o reinterpretati) della scrittura si sovrappongono (si sono sovrapposti) ai miti precedenti e li hanno condizionati. Si tratta di una pura supposizione, che si basa sul potente aiuto alla memoria che la scrittura fornisce, quando la scrittura non inventa addirittura una memoria che altrimenti non esisterebbe (vedi il recupero di testi dei "classici" greci, dopo centinaia di anni della loro sparizione. Lo stesso fatto di stabilire una gerarchia, di chiamarli classici e di reinterpretarli, fa parte della prerogativa della scrittura.
3. Esaminare il problema della scrittura ha senso, nell´ipotesi di un´ etica della scrittura, a partire da una visione (soggettiva, individuale, arbitraria): nella nostra tradizione occidentale abbiamo fondamentalmente due miti della scrittura: quella del Fedro di Platone e quello della rivelazione del dio monoteista di Mosè nell´Esodo. Si tratta di due miti completamente differenti, presenti in maniera massiccia e mescolata in vari testi e letture. Esaminare altre tradizioni (la scrittura dei fenici, degli egiziani, dei cinesi o degli indiani) può condurre a ipotesi molto interessanti, ma che sono generiche, perché non legate a un contesto specifico e al nostro approccio individuale. Una Mathesis singularis, come la suggeriva Roland Barthes, una scienza del singolo elemento è frutto di una ipotesi: che ogni sistema rivela molto di più della sua struttura, se lo si esamina da una prospettiva individuale e particolare. L´ipotesi di Platone (che Derrida esamina approfonditamente nella sua Grammatologia) attribuisce un valore neghativo alla scrittura. ma si tratta di un mito paradossalmente nuovo di zecca, che Platone ha creato, cozzando contro la tradizione greca, che attribuiva l´invenzione della scrittura a Mercurio. Una creazione di Platone singolare, che certamente è in sintonia con la sua visione sulla funzione dei poeti (creatori di parole). Su questo ci sono ottimi libri di Havelock.
4. L´ipotesi, dunque, è che quello che per Platone è qualcosa di negativo (crisi della Repubblica greca), per Mosé (o il personaggio che Mosè rappresenta) è positivo - si tratta di una tesi difesa da Michael Walzer e da altri. Una scrittura al servizio di una trasformazione, personale (di Mosè, probabilmente, da egiziano sconfitto a leader ebraico) e collettivo (per permettere a un popolo di trovare il suo futuro, la sua terra promessa).
5. Etica della lettura, dunque, come prodotto di uno sguardo sulla nostra tradizione, per cercare di rileggerla, facendo leva su questo nodo, comprensibile nella sua mostruosità, del genocidio. L´appoggio nel periodo che precede La Guerra Mondiale pressoché unanime al genocidio (non solo nella cultura tedesca) ma in quella europea e mondiale (tranne rare eccezioni) si potrebbe spiegare, nell´ottica dell´etica della lettura, come condensazione dell´odio nei confronti del diverso (perché avanguardistico, perché ribelle, perché messianico, perché creativo)in un odio a una tradizione che difendeva (e difende) come cosa essenziale la libertà dell´interpretazione. Una specie di lotta contro l´anarchia, insomma, tenendo conto che quella tradizione (la ebraica), essendo nel passato non legata a stati e autorità istituzionali, poteva permettersi dei rappresentanti più liberi o, se vogliamo prendere lo chassidismo come prototipo, una tradizione sempre in lotta contro se stessa.
Andrea Lombardi

domingo, 3 de maio de 2009

emigrazione e trauma

ARTICOLO (em italiano)
Articolo pubblicato sulla rivista elettronica Kumá.


Emigrazione e trauma
1

L’Italia ha vissuto subito dopo la sua unificazione del 1860 il gravissimo problema dell’emigrazione: espulsione, abbandono, esilio forzato e definitivo. Paradossalmente un marchio di nascita di questo nuovo Paese, determinante per la sua identità storica e culturale posteriore: una rottura radicale, oppure un vero e proprio trauma, a partire da una prospettiva freudiana, e cioè: un avvenimento che si definisce per la sua intensità e per l´incapacità dell´individuo di rispondere in forma adeguata (Laplanche-Pontalis). Se non esaminati ed esplicitati, gli effetti dell’emigrazione come trauma possono facilmente originare elementi di disturbo della personalità, portare al ritorno del rimosso, causare altri sintomi derivati oppure spingere il soggetto a una ricerca di identificazione forte o autoritaria. Tra gli effetti possibili, possiamo ipotizzare anche: una tendenza ad un´assimilazione particolarmente radicale nel tessuto di accoglienza (al contrario di altre comunità linguistico-culturali) e con il rigetto della propria origine, il rifiuto dell’altro, fino alla perdita (totale o parziale) della propria identità. Includere in maniera decisa il tema dell’emigrazione come trauma nella storiografia italiana è un modo per mettere in discussione il mito della penisola italiana come ‘culla della civiltà’ e altri stereotipi a questo legati e produrre, di conseguenza, una visione più aperta e etica della storiografia e dell’identità, pensando anche all´epoca della dittatura fascista come possibile “ritorno del rimosso”, dopo la disastrosa partenza del nuovo stato nazionale nel contesto europeo. In fondo, l´emigrazione di livello biblico fa precipitare la forte delusione di una coscienza “italiana” che incorporava un passato ipertrofico: un peso eccessivo per uno stato con elementi evidenti di arretratezza, mancanza di omogeneità, con l´obbligo implicito di assumere l´eredità pesante e eccessiva che andava dall´impero romano, al primitivo capitalismo e arrivava al cosmopolitismo rinascimentale: un patrimonio storico del continente europeo più che della sola penisola italiana.
“Perché correte in America? Ma vi può essere un’America più bella del vostro paese [...]? – No, - rispondeva il contadino; - l’Italia è l’America per voi, non per noi; noi lavoriamo, c’impoveriamo e crepiamo; voi vi arricchite”. Queste righe sono tratte da un saggio pieno di spunti narrativi dello statista Francesco Saverio Nitti (1868-1953), intitolato L`emigrazione italiana e i suoi avversari
2. La forte polarità dei pronomi in queste poche righe mostra una contrapposizione veemente non solo e non tanto fra classi sociali, evidenziata dalla creazione di un noi che accomuna le classi lavoratrici (“Noi lavoriamo, c’impoveriamo e crepiamo”) e un voi (“voi vi arricchite”) che indica “i ricchi”, analoga al conflitto fra berretti e galantuomini della novella Libertà di Verga. Si tratterebbe, in fondo, di una contrapposizione del tutto simile a tanti altri testi, letterari o no, fra contadino da una parte e latifondisti, borghesi e proletari, possidenti e diseredati, tipico della società e dell’immaginario europeo del sec. XIX. Nel testo affiorano, piuttosto, due altri miti antagonistici, anch’essi forti e comuni: quello dell´Italia (“il vostro paese”) e quello dell´America (“L´America per voi”, cioè il mito dell´America). Si tratta, evidentemente, di miti di segno contrapposto e contraddittorio. Italia “terra di briganti e eroi”, come lo stesso Salvemini scrive in un significativo saggio (“Briganti e eroi”) e l´America paese della libertà di Tocqueville, del progresso tecnologico e sociale e, per i diseredati europei, mito del paese dove si potrà realizzare il sogno della terra agognata: sogno tipico dei durissimi anni dell´emigrazione di massa di fine secolo, ma non circoscritto a quei tempi.
Nelle ultime pagine di Oceano, romanzo di Edmondo De Amicis dedicato all’emigrazione (ed uno dei pochi testi letterari sul tema nella tradizione italiana), il transatlantico Galileo sta per arrivare in terra “americana” (al largo di Fernando di Noronha, per andare a Montevideo e Buenos Aires). L’avvicinamento provoca un fervore: “Un fremito di vita giovanile correva da tutte le parti e al disopra del mormorio vivo della folla, s’udivan di tratto in tratto delle grida: - Viva l´America! [...] Dopo di che tutti i passeggieri (sic), appoggiati al parapetto o seduti, si voltarono verso occidente, ad aspettare l´apparizione del nuovo mondo” (p. 235). L’arrivo, o meglio, l’aspettativa dell´arrivo, provoca un’onda di vita che, facendosi consistente, prorompe nel grido di evviva e lascia poi il passo alla presentazione del nuovo mondo, una specie di Paradiso ritrovato, secondo un modello classico. L´impressione che emerge è che le parole portano con sé un insieme di rappresentazioni, complessi, residui, veri e propri macigni della memoria. Pesa sul testo un reticolo di incrostazioni, impressioni, idee e sogni che si fanno solidi stereotipi, preconcetti, schemi. Addensati come cespugli, fitti come gramigna, appiattiti e avvinghiati alle idee come rèmore, i residui di storia, zavorra della memoria, coagulazione di traumi non analizzati ed elementi rimossi che si aggrovigliano con spezzoni di sogni e di incubi, formano nodi densi di senso, una condensazione nel testo, terreno di un forte interesse ermeneutico. Certo, immaginare le due patrie (quella lasciata e quella d’adozione, l’Italia e l’America) del tutto prive di elementi affettivi sarebbe evidentemente un’ingenuità. Più difficile, però, è riconoscere quanto c’è di trasparente e obiettivo, verbalizzabile e dipanabile, dietro ad una visione così densa di ricordi e elementi spuri.
La visione aborrita e reietta di una patria che, inclemente, scaccia i propri figli, richiama la fiaba Hänsel und Gretel dei fratelli Grimm. È bene ricordare che, in questo popolare racconto, la madre, pur di sopravvivere in epoca di dura carestia (così dice il testo originale
3), convince il padre ed entrambi manderanno i figli a perdersi nella foresta profonda, da cui usciranno solo grazie alla sagacia di Hänsel. Vero è che il marito resiste inizialmente agli argomenti della moglie: “No, donna. Questo non lo faccio!”; ma poi cede rovinosamente.
Non si potrebbe pensare, per analogia, a una madrepatria che scaccia gli emigranti nel profondo della foresta metaforica, cioè lontano da ciò che è heimlich o familiare per spedirli in un mondo nuovo, quella della frontiera americana, la foresta della città? In questa immagine da fiaba della storia dell´emigrazione (la vera strega, qui, è la madre o madrepatria!), sovrapposizione arbitraria anche se probabilmente vicina all’insieme di sentimenti contraddittori dell’emigrante di allora, si incunea il concetto di unheimlich, il perturbante freudiano. Del resto, Caetano Veloso afferma in una canzone che “non ho patria ho una matria”. Per la maggioranza degli emigranti di allora, ai quali non giunge né può arrivare un’informazione più circostanziata dei luoghi di emigrazione, l’America non può essere qualcosa di tangibile, concreto, pratico. L’America è sogno materializzato, ad occhi aperti, un sogno diurno, Tagestraum, per definirlo con la metafora del testo freudiano. È probabile, quindi, che il “sogno americano o italo-americano”
4 rappresenti la coincidenza di vari piani di proiezione. Un piano messianico e religioso, inizialmente: una specie di riscatto per i secoli di indigenza etica vissuti. Un piano sociale e politico, che sposta le rivendicazioni del secolo XIX dagli obiettivi sociali in patria a quelli esterni, dalla lotta di classe alla lotta per la conquista della terra. Finalmente, si può presumere la dimensione psicanalitica, un piano nuovo o metaforico (dato che si tratta di un´ipotesi applicata a una collettività e non di una pratica psicanalitica vera e propria): il sogno esplicitato e rappresentato che maschera una realtà culturale e familiare ambigua, ma che nasconde crepe e ferite, risultato di uno o più traumi. Il sogno verbalizzato e pubblicizzato come forma di repressione o rimozione cosciente delle fratture vissute, che sono però sotto gli occhi di tutti, nella realtà personale del soggetto, sia in quella sociale e storica: una vera e propria catastrofe che si è abbattuta sulle popolazioni italiane, immediatamente a ridosso della costituzione dello stato unitario.
“L’altro figlio”, una novella di Luigi Pirandello di alcuni decenni successiva
5, offre nuovi spunti di riflessione su questo tema. La protagonista Maragrazia è una vecchia e decrepita abitante di un villaggio sperduto della Sicilia; abbandonata da marito e due figli (emigrati a Rosario di Santa Fé, in Argentina), vive di stenti, a margine di un villaggio della Sicilia della fine del sec. XIX. La sua tragedia, messa in scena quotidianamente come il dramma dei Sei personaggi, è di voler stabilire un contatto con due dei suoi figli, emigrati da oltre un decennio, negandosi veementemente a credere alla dura realtà del loro silenzio (vergognoso, aggressivo, impietoso): da quattordici anni Maragrazia, analfabeta, detta a Ninfarosa, un suo doppio giovanile allegro e sfacciato, una lettera indirizzata ai due amati figli, che dopo il marito l’hanno abbandonata per emigrare in America. Ninfarosa, come il nome suggerisce maliziosamente, anche lei una vedova bianca, abbandonata a sua volta dal marito emigrante, a differenza della vecchia protagonista, non ha scrupoli morali e sostituisce le relazioni affettive strappate dall´emigrazione con altre occasionali, e per questo viene criticata dalla comunità. Per leggerezza o sapendo dell´impossibilità di una risposta, ma senza comunicarlo a Maragrazia, Ninfarosa quelle lettere non le scriverà mai, limitandosi a riempire di sgorbi i fogli affidati aleatoriamente a nuove leve di emigranti, aumentando l´ansia della vecchia Maragrazia. Sarà un giovane e volenteroso medico, estraneo all’ambiente siciliano, simbolo di una volontà positivista di conoscere, di aiutare, di capire, a scoprire che Maragrazia ha un terzo figlio, l’altro figlio del titolo, che le causa un enorme dolore e che è prodotto di un trauma. Questo altro figlio, significativamente senza nome nel racconto, è nato a seguito di uno stupro subito da Maragrazia durante l’arrivo dei garibaldini in Sicilia, nel 1860. Maragrazia, finalmente, si dispone a rivelare al medico la ragione della sua perturbazione: Canebardo, il nome significativamente da lei storpiato dell´eroe dei due mondi, getta sul passato un velo perturbante: è stato proprio Garibaldi a liberare quegli assassini e criminali, di cui uno ha usato violenza a Maragrazia. Una violenza letterale contro Maragrazia, una violenza forse metaforica sull’isola e l´Italia, caro prezzo per la sua unità. Apprendiamo che gli occhi di Maragrazia, svuotati, come se fossero senza memoria, in realtà nascondono la violenza terribile da lei subita, che lei ancora non è stata in grado di accettare e di elaborare. La storia si ripete, ripetizione di un sintomo nevrotico, riflesso del trauma causato dalla nascita dell’altro figlio, frutto di una violenza, ma mai accettato. L’incipit del racconto (“C’è Ninfarosa...”), gli stessi rintocchi che il lettore immagina a partire dalla lettura, risuonano forti, poiché nel silenzio profondo, accentuato dalla forza allusiva del titolo, si apre uno squarcio sulla realtà drammatica del meridione e dell’emigrazione. Senza preamboli, l’attenzione si concentra immediatamente sulla catastrofica realtà di Maragrazia, il cui nome è cratiliano – come molti dei personaggi di Pirandello e sottintende tutto un programma. Si direbbe che Maragrazia è il prototipo di quei prigionieri dei campi di concentramento votati già a scomparire, i mussulmani, di cui parla Primo Levi, con cui “i vecchi del campo designavano i deboli, gli inetti, i votati alla selezione”6 e, più tardi, Giorgio Agamben (Quel che resta d´Auschwitz). “Gli occhi chiari – di Maragrazia – apparivano come lontani, quelli d’un infanzia senza memorie” (op. cit., p. 31).
Maragrazia è, dunque, senza volontà, senza più obiettivi nella sua vita: si aggrappa alla pura ripetizione di un atto di redenzione impossibile e inefficace. Il curioso e volenteroso medico senza nome, estraneo all’ambiente siciliano, simbolo di un anelito positivista di conoscere, verbalizzare e scrivere, è un testimone privilegiato del dramma che viene vissuto dalla protagonista e da quell´esercito di vittime dell´emigrazione: il medico come rappresentazione figurata del lettore, che è coinvolto suo malgrado e che deve operare una scelta, prendere posizione, far la parte del´ermeneuta-analista, realizzando una regressione al passato doloroso.
Risulta doppiamente emarginata, dunque, Maragrazia, per effetto dello stupro e dell’emigrazione (fuga, esilio) dei familiari che l’hanno abbandonata. L’intrigo del testo è legato al carattere forte di una lettera presente ma effettivamente non scritta, anche se reiteratamente citata, di una memoria vuota che contiene però un passato incombente e lo rappresenta tramite l’assenza, il silenzio, il vuoto. I miti dell’America e di Garibaldi-Canebardo sono svuotati, afflosciati. La loro realtà vera e amara si rispecchia nel volto di Maragrazia che “pareva un mucchio di cenci [...] La faccia giallastra era un fitto reticcio di righe, in cui le pàlpebre sanguinavano, rovesciate, bruciate dal continuo lacrimare...” (ib.). Gli scarabocchi senza senso sulla carta, i ghirigori tracciati da Ninfarosa rappresentano forse l’impossibilità di stabilire la comunicazione, ma anche la sollecitazione che il testo rivolge al lettore, perché scelga un’interpretazione, perché intraprenda una ricerca del senso. L’emigrazione senza ritorno viene simbolizzata dalle lettere senza risposta.
Occorre riconoscere che scrittura (o rappresentazione) e ripetizione rappresentano due degli elementi del trauma, tema freudiano per eccellenza
7. Maragrazia continuerà a scrivere ai figli e ripetere il suo movimento circolare ed il suo trauma non verrà effettivamente superato. Se lo studio del trauma si identifica nella pratica psicanalitica con la sua presentificazione, con una regressione che permetta una difesa, anche se a posteriori e, quindi, una sua elaborazione. Un´ipotesi da considerare è che anche nello studio dei fattori culturali avviene una certa regressione (qui usata come metafora dell’interpretazione). Poiché è tramite questa visione a posteriori che il trauma può essere fatto ‘rivivere’ e può essere verbalizzato, primo passo verso l’eliminazione dei suoi sintomi8. Ciò suggerisce che la letteratura e la lettura possono rappresentare – metaforicamente – una cura tramite la parola, qualcosa che Walter Benjamin aveva già accennato in un suo sintomatico racconto9. In questo senso, il trauma potrebbe indicare – per analogia – un nodo centrale per analizzare la questione dell’identità italiana, a partire dal tema dell´emigrazione, senza la pretesa di voler risolvere l´insieme dei problemi che possono aprirsi: superando però gli stereotipi della sedimentazione degli strati culturali, delle eredità storico-archeologiche, del peso del passato.
L’emigrazione è, in fondo, la prima grande radicale, inappellabile sconfitta del giovane stato unitario. Ciò che doveva diventare patria – un concetto familiare – tramite il processo d’espulsione violenta realizzatosi con l’emigrazione di massa, diviene ‘non familiare’, perturbante e, quindi, unheimlich, secondo uno slittamento semantico che Freud indaga, al momento del suo studio sul concetto di unheimlich, del 1919. Si può dire che esiste anche un processo del ritorno del rimosso (cioè grosso modo l’affiorare di ciò che veniva ‘ricordato’ incoscientemente, analogo al ricordo incosciente di Maragrazia). La protagonista non riesce a elaborare il suo trauma, nella novella di Pirandello, non perché non riesce a comunicare con i suoi familiari oltre Oceano. Maragrazia non è in grado di esprimere tramite parole il suo dolore, il suo sdegno, la sua vergogna, la sua perdita d’identità e per questo è incapace di comunicare e viene respinta al margine della vita sociale del suo paese. Reinterpretare l’episodio dell’emigrazione non significa cambiare radicalmente la prospettiva della storia italiana, ma ristudiarne i presupposti, verificarne le responsabilità, comprenderne le dimensioni, esplicitarne i nodi: rendere un necessario omaggio ai morti, agli sconfitti, agli sradicati. Realizzare un lavoro di lutto, anche questo in senso freudiano. Perché senza lutto non è possibile eliminare i sintomi del passato traumatico, un passato in cui, secondo la 7° “Tesi sul concetto di storia” di Walter Benjamin: “Non è mai documento di cultura senza essere, nello stesso tempo, documento di barbárie”
10. Esiste, certo, una storia d’Italia, dello stato italiano, degli italiani, della lingua italiana, dei linguaggi d’Italia, come hanno affermato diversi autori, partendo da diverse prospettive. In questo quadro, il concetto di trauma, la questione dell´emigrazione dovrà essere considerata sempre un vero e proprio trauma, in senso freudiano, come qui si accenna? L’ipotesi di lettura appena accennata vuole proporre il concetto di trauma freudiano come un’analogia produttiva, quasi una metafora. Il trauma è frattura, rottura. Riconoscerne l´esistenza, anche solo in forma metaforica, può liberare delle forze creative che possono contribuire a elaborare un nuovo concetto d’identità.
Queste brevi considerazioni vogliono essere un contributo a una lettura del problema dell’identità. Non si tratta di considerazioni statistiche sull’emigrazione, né di una visione sociologica, bensì di una mera applicazione di un principio dell’etica della lettura
11, ma qui applicato a un contesto diverso. L’atto della lettura può essere inteso come un agire12 poiché la lettura afferma la centralità del lettore e può meglio sfruttare il testo, un debito grande questo dell’intera tradizione occidentale nei confronti della tradizione ebraica. Tramite l’accentuazione del ruolo dell’oralità e del conseguente conflitto fra oralità e scrittura, infatti, la tradizione ebraica afferma la necessità di una scelta, fondamento di qualsiasi etica non normativa, e accentua radicalmente il ruolo del lettore: “600 mila sono le interpretazioni ammesse (del testo biblico), e cioè tante quanti sono stati gli ebrei che hanno assistito alla Rivelazione…”, come afferma Gerschom Scholem nel raccontare il mito del Golem13. Una lettura, questa, che vuol partire dal punto di vista di fuori, cioè dalle Americhe e, quindi, accetta in parte una sua estraneità, una forma di guardare in sé stessi, nella propria identità, da un fuori che è dentro la nostra tradizione.
In un quadro di Böcklin intitolato Melancolia (oggi presso il Museo di Basilea), la malinconia è rappresentata da una donna in nero con uno specchio davanti, ma lo specchio è coperto da un panno nero
14. Di questa immagine si prendano strumentalmente solamente gli elementi simbolici più visibili: una donna in nero (il lutto), lo specchio (l’immagine riflessa, la riflessione), il panno nero (che suggerisce un possibile velamento di un elemento presente). La definizione dell’identità del soggetto in psicanalisi può essere presa come metafora della sua identità sociale e storica, salvaguardando le evidenti differenze. L'identità è qualcosa che non preesiste al soggetto, ma è frutto di una costruzione. In Lutto e Melancolia, Freud afferma che l’identità nasce tramite una costruzione violenta e dispendiosa: la minaccia di perdita dell’oggetto d'amore provoca una introiezione dell'oggetto, allo scopo di salvarlo. Non esisterebbe, dunque, identità senza questo processo di acquisizione. Inoltre: ogni persona è costituita da tutti gli oggetti, o frammenti di oggetto, con cui ha stabilito un legame affettivo, sin dalla sua vita infantile. Tutti gli oggetti mentalmente salvati dalla perdita, e internamente trattenuti, costituiscono un mosaico che sarà poi l'io della persona, sulla base di tutti coloro che ha incontrati e perduti. In fondo, la civiltà umana nasce col culto dei morti: la considerazione sulla morte è elemento per la definizione di ciò che è umano. “La morte è la sanzione di tutto ciò che il narratore può raccontare. Dalla morte egli attinge la sua autorità”, dice Walter Benjamin, nel testo “Il narratore”. Ed è proprio una considerazione sulla morte quella che apre un modello di letteratura qual’è il Decameron di Boccaccio. Quasi una riflessione che dalla morte, dalla visione del corpo morto che cade o viene messo sotto gli attoniti occhi dell’osservatore medievale15, passa all’esame del corpo vivo, del corpo erotico, dello stesso testo del Decameron. Paradossalmente dunque, si può dire: senza perdita, senza dolore, non si costituisce identità.
Proporre un’analogia fra visione psicanalitica e considerazioni antropologiche, storiche o letterarie non è arbitrario: come antropologi, semiologi, critici letterari, sociologi ci troviamo a confrontarci con la tradizione, la memoria fatta invariabilmente di testi scritti e interpretazione. Secondo quanto ha affermato il linguista Jacobson: “Linguista sum: linguistici nihil a me alienum puto”, cioè sono un linguista e niente di ciò che appartiene alla linguistica mi è estraneo. In ogni campo del sapere siamo confrontati con il problema della lettura, un atto ermeneutico che stabilisce una tensione, una differenza fra testo e sua interpretazione, come se fosse fra partitura e sua esecuzione, fra scrittura e oralità. Un atto che sancisce la nostra libertà di interpreti e che è fondamento di un’etica della lettura.
Come glossa a questo testo, si valuti una citazione da un testo di Walter Benjamin: “Articolare storicamente il passato non significa conoscerlo ‘come esso è stato di fatto’. Significa appropriarsi di una reminiscenza, così come balugina nel momento del pericolo... Il pericolo minaccia tanto l’esistenza della tradizione, quanto coloro che la ricevono”
16. a) Questa affermazione non mette solamente in discussione la nota tesi dello storico Leopold von Ranke, da Benjamin espressamente citata. Rigetta anche altre concezioni della storia, nella misura in cui la funzione dello storico o dell’ermeneuta, in un certo senso, è quella di fornire i paradigmi per un’interpretazione del passato, a partire dalla supposizione che esista o meno un unico passato, che è quello che dovrà essere rievocato. b) Benjamin suggerisce nel suo percorso un’articolazione: frammentazione e posteriore ricomposizione. La storia non ha valore senza questa articolazione che è, fondamentalmente, una lettura, un’interpretazione. c) Appropriarsi di questo passato non è un compito semplice. Diviene un atto di forza. È necessario un determinato atteggiamento, si mette in discussione il rapporto con la proprietà (della storia, delle cose). Esiste, all’orizzonte, un conflitto. d) Il ricordo (o la reminiscenza) balugina nel momento del pericolo. È possibile pensare a un momento del legame tra questa articolazione e il lavoro relativo al trauma. Il compito dello storico e quello dell’ermeneuta possono essere visti come ricerca di sparsi brandelli, di testimonianze e ferite che caratterizzano l’inconscio e sono responsabili per i sintomi nevrotici? “Solamente l’umanità redenta può appropriarsi totalmente del suo passato”, dice Benjamin17. Quando sarà possibile riconoscere il passato? L’immagine di un’umanità liberata è, evidentemente, in prima lettura un’immagine che evoca l’idea del messianismo18. A partire da una lettura di Freud, però, si potrebbe pensare a un’umanità che presenta, espone, indaga, convive, entra in conflitto e, finalmente, riscatta, dopo aver realizzato una rilettura. ‘Ricostruisce’ il proprio passato rimosso e, suo tramite, si libera (un processo che comincia a partire dal momento della lettura e dell’interpretazione posteriore). Un cammino metaforico, appunto. Una lettura.
Note
1Parte del testo è stato pubblicato in: Cultura italiana e cultura degli italiani. [Atti dell’incontro internazionale promosso dal Ministero degli Affari Esteri. Roma, Palazzo Firenze, 14 dicembre 2000], Roma, Adn Kronos libri, 2002, pp. 71-78.
2 Citato da Portinari, F., Intr. a De Amicis, E., Oceano. Milano, Garzanti, 1994, p. XVII.
3 “Als große Teuerung ins Land kam, konnte er das tägliche Brot nicht mehr schaffen”: “Quando intervenne un forte aumento dei prezzi [un´inflazione], non poteva comprare più il pane quotidiano”, ci dice il testo sul comportamento del padre dei due bambini della favola.
4 Martelli, S. (a cura di), Il sogno italo-americano, Napoli, Cuen, 1998.
5 Pirandello, L., “In silenzio”, in Novelle per un anno, Milano, Mondadori, 1984. Proprio questa novella, che è del 1923, è stata trasformata liberamente in trama di un episodio del film Caos, dei fratelli Taviani.
6 Levi, P., Se questo è un uomo, Torino, Einaudi, 1976, p. 111.
7 Freud, S., Nuove osservazioni sulle neuropsicosi da difesa, 1896, vol. II, pag. 308 “ … i nostri malati isterici soffrono di reminiscenze. I loro sintomi sono residui e simboli mnestici di determinate esperienze (traumatiche)… Tutti gli isterici e i nevrotici non solo ricordano le esperienze dolorose del loro remoto passato, ma sono ancora attaccati ad esse emotivamente; non riescono a liberarsi del passato e trascurano per esso la realtà e il presente. Questa fissazione della vita psichica ai traumi patogeni è uno dei caratteri più importanti e praticamente più significativi della nevrosi”.
8 Uso qui parte dell’argomentazione contenuta in Felman, S., “Education and crisis”, in Felman, S. e Laub, D., Testimony: Crisis of Witnessing in Literature, Psychoanalysis, and History, New York, Routledge, 1992. Il senso dell’argomentazione da me sviluppata è che la psicanalisi possa rappresentare una metafora dell’interpretazione, non la sua mimesi.
9 Benjamin, W., “Erzählung und Heilung” (Narrazione e cura) in Benjamin. W., “Gesammelte Werke”, Frankfurt a. M, Suhrkamp, Bd IV, 1, p. 430.
10 Benjamin, W., “Tesi di filosofia della storia”, in Angelus Novus. Saggi e frammenti, a cura di Solmi, R., Torino, Einaudi, 1962, p. 79.
11 Si veda, a questo propósito: Hillis Miller, J., The Ethics of Reading, New York, Columbia University Press, 1987, anche se il concetto di etica della lettura sviluppato dal critico nordamericano è differente da quello che viene accennato qui.
12 Ricoeur, P., Du texte à l'action. Essais d'herméneutique II, Paris, Seuil, 1986.
13 Scholem, G., Major Trends in Jewish Mysticism. New York, Schocken, 1995.
14 Devo questo rimando a un testo di Benvenuto, S., “Narcisismo e malinconia” in http://www.forumlousalome.org/Narcisismo%20e%20malinconia.htm
15 Come nel Trionfo della morte attribuito a Buffalmacco, enorme affresco nel Camposanto monumentale di Pisa. Si veda, a questo proposito: Battaglia Ricci, L., Ragionare nel giardino: Boccaccio e i cicli pittorici del Trionfo della morte, Roma, Salerno, 2000.
16 Benjamin, W., Op. cit. Sul concetto di storia, tesi 6 (mia trad.).
17 Benjamin, W., Op. cit., tesi n. 3.
18 Scholem, G., Le messianisme juif, Paris, Calmann-Lévy, 1974, p. 415: “La parole de Dieux peut être à l’infini objet d’interprétation”.
Bibliografia
Agamben, G., Quel che resta d’Auschwitz, Milano, Bollati Boringhieri, 1998.
Battaglia Ricci, L., Ragionare nel giardino: Boccaccio e i cicli pittorici del Trionfo della morte, Roma, Salerno, 2000.
Benjamin, W., “Erzählung und Heilung” [“Narrazione e cura”] in Benjamin, W., “Gesammelte Werke”, Frankfurt a. M, Suhrkamp, Bd IV, 1.
_________________. “Tesi di filosofia della storia”, in Angelus Novus. Saggi e frammenti, a cura di Solmi, R., Torino, Einaudi, 1962.
Benvenuto, S., "Narcisismo e malinconia", Scibbolet, anno III, n. 3. 1996, pp. 35-56, consultabile in
http://www.forumlousalome.org/Narcisismo%20e%20malinconia.htm
Felman, S., “Education and crisis”, in: Felman, S. e Laub, D., Testimony: Crisis of Witnessing in Literature, Psychoanalysis, and History, New York, Routledge, 1992.
Hillis Miller, J., The Ethics of Reading, New York, Columbia University Press, 1987.
Levi, P., Se questo è un uomo, Torino, Einaudi, 1976.
Martelli, S. (a cura di), Il sogno italo-americano, Napoli, Cuen, 1998.
Pirandello, L., “In silenzio” in Novelle per un anno, Milano, Mondadori, 1984.
Portinari, F., Prefazione in De Amicis, E., Sull’Oceano, Milano, Garzanti, 1994.
Ricoeur, P., Du texte à l'action. Essais d'herméneutique II, Paris, Seuil, 1986.
Scholem, G., A mística judaica (Major Trends in Jewish Mysticism), São Paulo, Perspectiva, 1978.
___________________, Le nom et les symboles de Dieu dans la mystique juive, Paris, Cerf, 1989.
___________________, Le messianisme juif, Paris, Calmann-Lévy, 1974.

Memoria? peso ou escolha...

Nossa época ama jogar com contradições ou aporias. Pois ela se apresenta mais compacta e magmática (existe governo e oposição, ou não é tudo expressão de um algo indefinível?), embora isole um grupo que se obstina a pensar dentro das Instituições acadêmicas, na produção artística (mas sempre foi assim, a não ser a queda do prstígio dos intelectuais). Somos uma época que, ao mesmo tempo, quer esquecer o passado e se entrega a um paroxismo do futuro da tecnologia (tudo é diferente quando entra um novo software ou um novo aparelho) e, por outro lado, cultua a memória, faz da memória uma forma de religião: trata-se de uma forma honesta, que gostaría que os horrores do passado e, principalmente, o genocídio bárbaro e aceito universalmente dos judeus, seja lembrado. Está certo, certíssimo. Lembrar para não repetir. Chega-se, porém, à aberrações, ritualizações vazias e repetições que esvaziam a iniciativa individual. Esta forma de repetir datas e momentos - sem envolvimento emocional - pode levar a uma reação contrária: apatia, rejeição.
Nossa existência é feita de memória, nossa inividualidade também. Nós somos memória. Sem memória não somos nada. Não há consciência individual sem uma releitura do passado, sem nossa memória. Qual é a memória que podemos considerar realmente "nossa"? Quem somos "nós", que é o outro?
Memória e Literatura, portanto, andam lado a lado, pois na literatura também não existe "a literatura", ou seja "toda a literatura", mas somente aquela literatura que consideramos "nossa", que conquistamos ou por que fomos conquistados.
A memória é altamente seletiva, ela precisa de uma aprofundada análise (ou de uma forma intuitiva de apropriação) para que um texto, um tecido seja formado. A memória e a literatura - neste sentido - são sinônimos.
Andrea

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Inversão/ inversione

Não sei usar um blog, esta é a verdade. Portanto, o primeiro texto (post) atualmente está em último lugar. O melhor seria, começar por ele (que explica o título: ética da leitura).
Vamos ver se aprendo...
Andrea




Non so usare il blog, questa è la pura verità. Per cui, ilprimo testo (o post)è adesso al´ultimo posto. La cosa migliore sarebbe cominciare da quello (che spiega il titolo: etica della lettura). Vediamo se imparo...
Andrea
(non sempre riesco a tradurre tutto in italiano. O dovrei cominciare coll´italiano???