terça-feira, 29 de novembro de 2011

verbetes ... comoção

 
 
(Psammenit capturado por Cambises. Imagem do VI séc http://www.liceoberchet.it/eventi/erodoto_0910_1E/Egizi.pdf)
Encontrei o seguinte verbete e vou compartilhar o achado:

co.mo.ção
substantivo decisivo para literatura
1. Estado preliminar do profissional da literatura (escritor, leitor). A disponibilidade para comoção (uma disponibilidade à entrar em sintonia no choique, na dor, na trasnformação) é preliminar (abertura) e efeito do ato realizado (escrita, leitura), pois causa transformação profunda na atitude.
2. etimologia: do latim Commotionem de Commotus, part. passado de Commovere Comover. Ou seja: com-movere, mover junto em sintonia, por "simpatia" (sintonia musical).
3. Pode ser identificado com agitação, efeito de alguma paixão, desígnia, em princípio, o estado da alma perturbada, tem implicações médicas.
4. Leva naturalmente ao tema do trauma freudiano (o choque, o ferimento), e à problemática do trauma como base da literatura como um todo. Naturalmente, o caminho é a literatura de testemunho

Veja-se, como exemplo, a narrativa sintética relativa à lágrimas de Tucídides (Jeanne-Marie Gagnebin). A comoção de Tucídides, quando jovem, movido pelo discurso de Eródoto. Mas vale também para analisar o enigmático e misterioso episódio de Psammenit no Narrador de Benjamin


PODE-SE DIZER, EM DEFINITIVA, QUE NÃO HÁ LITERATURA SEM COMOÇÃO.


COMENTÁRIO: Verificar dizionários - como APONTA Freud no texto sobre Das Unheimliche - pode ser muito produtivo: para encontrar novidades, reinterpretações, ênfases. Verdades. Pérolas. Ficções.
 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário