segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ética 28-11-2011

 acabo de publicar no Facebook esse texto, um pouco complexo e talvez não bem redigido...  (28-11-2011)
1. É preciso fazer uma batalha a favor da ética
2. Para defender a ética, a primeira coisa é definir o que é ética, ou melhor: dar uma nova definição de ética (de forma a revolucionar o passado)
3. ética não é nada daquilo que estamos acustomados a pensar com ética (um termo inflacionado). Continuo usando esse termo, para implodir (ou melhor: explodir) o termo e a prática: defender a hipocrisia n
a leitura e a inércia na conduta.
4. Acredito que Giorgio Agamben esteja milagrosamente perto da conduta mais interessante que se refere à ética: que é a leitura "profanante" de textos do passado.
5. Mesmo assim, acredito que Agamben seja retido pela influência do sistema filosófico, que impõe "fechar" a questão.
Diz o Agamben: "a luta pela ética é a luta pela liberdade, ou seja, luta para que
possamos experimentar nossa "própria existência como possibilidade ou
potência", "potência de ser e de não ser" " (tiro isso de uma citação de "Profanações", que a Anna Paula Leomos acaba de colocar em sua página do Facebook)
Não: não existe uma "luta pela ética" assim como não existe uma "luta pela liberdade". O que quero afirmar é que a esfera de ação da leitura sobre ética e realização de uma ética (que é sempre uma ética da leitura) são COMPLETAMENTE diferentes e afastados kilómetros lúz da "luta pela liberdade", que cada um de nós pode (e "deve") fazer em seu cotidiano, como representante dos humanos.
6. Gostaria de corrigir o ponto 1.: não é necessário fazer uma batalha a fazor da ética. É necessário fazer uma batalha a favor da leitura. Pois uma leitura "ética", ou seja rebelde, em conflito, elegante, estilosa, uma leitura contra e a favor, são formas de assumir uma postura ética e fazer com que a ética dê um (imperceptível) passo para frente...
Agora vejam, em seguida, o que escrevei antes, sobre a ética, a partir da visão de Giorgio Agamben em Profanações...
 
 
A propósito de ética

Lendo o Agamben, vem uma focalização a ser feita.
1. Como todos os conceitos (Wittgenstein pode documentar), há uma tendenza rumo o estereótipo (a cristalização) e, na outra margem, junto à completa incomunicabilidade (impossibilidade de comunicar).
2. A Ética não foge a esse problema, essa inflência da linguagem, ou melhor: influência da escrita alfabética. Trata-se (quase
como o inefável Nome de Deus, de que Geroschom Scholem fala num dos seus livros) de uma palavra-conceito que, pronunciada, deve inevitavelmente ser definida novamente.
3. Sugiro que Ética defina, em princípio, algo ligado à reflexão sobre a relação que a humanidade (por meio de sua linguagem, a escrita alfabética) estabelece com o mundo. E NÃO algo ligado à uma (genérica) "ação" a ser "realizada".
(Pois em literatura, ler algo sobre o assassinato da velha, em Crime e Castigo de Dostoevski não tem a ver nada com o comportamento do serial killer, principalmente dos intelectuais que (ocasionalmente) matam velhas...).
4. Ética deve ter a ver algo com a reflexão sobre a leitura, a reflexão - portanto - sobre a influência do meio (a escrita alfabética) na leitura, a reflexão sobre os mitos da leitura na leitura e os entrevaes na leituras que esses determinados mitos criam e recriam...
5. O próprio ato da leitura deve ser entendido como um agir (ou uma ação), com um papel ativo do leitor (a leitura infinita). A ação (no ato da leitura), o que se identifica com a assunção de uma escolha, torna-se um ato ético (e da ética). Pois a escolha amplia o espaço de liberdade, portanto enrquece o texto (que vai ganhar nova interpretação) e o papel do leitor (que ganha nessa luta uma confirmação de sua liberdade, que é em si a liberdade ganha no dia a dia....do leitor).
Conclusão (provisória): uma vocação filsófica (o sistema), mesmo vinda de posições às margens (desse sistema) ainda carrega a vocação de erger-se a definição. Na literatura, devemos prescindir da definição. Mlehor partir do texto. Tout court.
 
 

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